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SER INFLUENCIADO, SEM DEIXAR DE SER ORIGINAL

  • Alan Donizete
  • 20 de dez. de 2015
  • 3 min de leitura

O quão é e o quão deve ser o poder de influência que as pessoas têm sobre a gente? E até que ponto podemos nos deixar ser influenciados? Foi o que eu me perguntei, ontem, quando fui ao teatro pra assistir a formatura dos meus primos (aliás, parabéns, Jho e Teca – eu sei que vocês vão ler!)

Lá estava eu assistindo a formatura quando percebi o quanto somos influenciáveis, e o quanto influenciamos, também. E às vezes, sem mesmo se dar conta disso.

Aconteceu que, meu tio, que estava sentado do meu lado, estava sutilmente observando as pessoas que estavam sentadas do outro lado, simplesmente porque uma delas estava com o celular em mãos tirando uma selfie junto com sua família, registrando aquele momento, ali, na formatura. Eu percebi que era aquilo que ele estava observando, porque logo em seguida ele pegou seu celular e fez exatamente a mesma coisa: registrou o nosso momento ali. Assim eu percebi o quanto somos influenciáveis.

Assim que meu tio terminou de tirar nossa selfie, outra família que estava sentada atrás da gente começou a fazer a mesma coisa. Eu sutilmente observei. E foi assim que percebi o quanto podemos influenciar outras pessoas, também. Sem por nem tirar, todos nós fizemos exatamente o mesmo que a primeira pessoa fez. É curioso, né? Mas é como as coisas funcionam na vida. Sempre vai ter alguém que crie, para que outras pessoas venham e usufruam da ideia dessa criação.

O poder da influência – ou do que é inspirador – é como um planeta que está em constante giro, onde todas as pessoas giram a seu redor.

O quão autêntico nós podemos ser num mundo onde quase tudo o que fazemos, foi, de certo modo, "tirado" de outra coisa, de outro lugar? Nem que seja por um pequeno detalhezinho, mas tudo que se diz criado, teve com certeza um dedinho de outra invenção ali – que por sua vez também teve o dedinho de outra mais antiga.

O quão nós mesmos a gente pode ser num mundo onde as pessoas seguem a tendência de outras pessoas? E será que isso é errado? Será que seguir tendências, ou se inspirar, ou ser influenciado é falta de criatividade, de personalidade? Eu tenho pra mim que o errado não está em pegar uma ideia já existente e usá-la – desde que ela seja usada do seu próprio jeito: único e original. Diferente da que já existe. Afinal de contas, querendo ou não, todos nós somos influenciados por algo ou por alguém. Somos todos inspirados por isso.

Mas qual seria a graça dessas influências e inspirações se elas forem tanta a ponto de nos fazer realizar exatamente a mesma coisa a qual nos influenciou? Como eu disse: o errado não são as fontes de influência e inspiração. O errado é ultrapassar estes termos e ir além deles. E o além de se inspirar, é o copiar. Aí está o errado.

Ser influenciado por algo ou por alguém, ou simplesmente se deixar ser inspirado, não é falta de criatividade nem de personalidade. É simplesmente ter a base do que você quer, e a partir dela construir o que você deseja, mas à sua própria maneira. Todos precisam dessa base, acredito eu. Há menos que de repente você seja, sei lá, uma J.K. Rowling – uma mente genial que foi capaz de criar algo ainda mais genial a partir da própria imaginação. (Ah! Como essa mulher me inspira). Mas quer saber? Acho que até mesmo ela precisou de suas influências e inspirações.

Afinal, que ser humano não precisa? Ela é um, não é? Eu também sou. Você também é. Então todos nós precisamos. A noite de ontem naquela formatura é a prova de que tive inspiração pra este post. Àquelas pessoas, celulares e selfies denunciam que precisei observar pra ser influenciado a escrever.

A nossa ideia, de um jeito ou de outro, quase sempre virá de outro lugar, de outra coisa. Então, permita-se mesmo se inspirar. Se permita ser influenciado por alguém, ou por algo, mas acima disso, seja a influência pra alguém. E nós sabemos que pra ser uma influência só precisamos ser nós mesmos. O segredo é sempre combinar o que nos influencia com a autenticidade que precisamos ter. E todos nós temos. Basta a colocarmos em prática em tudo o que fizermos.

Ah, e tio, se você estiver lendo, saiba que pelo menos podia ter disfarçado ao pegar a ideia de outro e feito igual, né? Mas vou relevar, tá? Já que naquele caso não dava pra fazer diferente.

 
 
 

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