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UMA PRECE AOS SONHADORES DE SONHOS ENJAULADOS

  • Alan Donizete
  • 13 de ago. de 2017
  • 3 min de leitura

Depois de um bom tempo sem escrever nada por aqui eu senti uma necessidade berrante de por algo pra fora, mas não sei ao certo o que, só sei que está me sufocando.

Sei lá, sempre que eu fico desocupado, aqui, no meu quarto, eu fico pensando muito sobre a vida, sobre todas as coisas que tem acontecido nos últimos tempos e sobre tudo o que não aconteceu ainda, mas que eu gostaria que acontecesse. Pela janela eu olho para o céu, e então penso e repenso a minha existência.

Sabe quando você sente algo que não sabe o que é, mas você sabe que está sentindo porque isso está te sufocando, matutando a sua cabeça fazendo com que seus olhos se encham de lágrimas? É assim que eu tenho me sentido nesses momentos.

Nesse momento eu estou olhando as estrelas no céu. Como pode o universo ser tão grande e a minha existência dentro dele tão pequena? Me pergunto. E é como se esse vento que sopra meu rosto dissesse: o universo não é grande, ele é infinito. É infinito como todas as suas possibilidades de tornar grande a sua existência dentro dele.

Penso: é uma voz que devo seguir ou só o meu inconsciente dizendo o que meu ser já sabe? Repenso.

Às vezes eu ouço essas vozes dentro de mim, dizendo os caminhos que eu deveria seguir e as atitudes que deveria tomar. E por alguns instantes eu sinto o desejo enorme de abraçar o mundo e correr atrás de todas essas coisas que eu venho planejando e sonhando. Mas então volta aquela coisa que me sufoca e reprime mais uma vez todas essas vontades. É como se eu não fosse capaz.

A noite passa enquanto eu me perco em devaneios. Custa muito eu conseguir simplesmente deitar e dormir. Mas eu durmo. Quando me dou conta o sol já está batendo nessa mesma janela.

É engraçado, o dia não fala como a noite. Já reparou? A noite é silenciosa, misteriosa, o único som que ela emite é o julgamento de tudo o que fizemos e fomos no dia que deu lugar a ela.

Eu não tenho feito muita coisa. Quer dizer, não as coisas que eu deveria fazer para ter a tranquilidade de chegar a noite e poder dizer: fiz algo. Tentei, realizei, conquistei. Talvez todo esse sentimento que tem me sufocado seja um grito enjaulado querendo ecoar aos quatro cantos, dizendo: EU PRECISOOO O O O..!!!!! Eu preciso tentar, eu preciso arriscar, eu preciso fazer, eu preciso ser, eu preciso cair, levantar e continuar... Eu preciso me LIBERTAR!

Talvez todas as coisas façam parte de um plano que esteja conspirando a meu favor – e a favor de todos nós – e que eu não esteja percebendo porque estou pensando contra. Talvez a noite seja silenciosa para justamente me fazer pensar – não contra, mas a favor. A favor da vida que eu gostaria de ter. E talvez o dia seja barulhento e tumultuado para me despertar a correr atrás dela. São tantos talvez, tantas inseguranças e incertezas, mas em meio a todas elas eu tenho a certeza absoluta de que não é desse jeito, observando ela passar, que eu quero que a minha vida termine.

Estranho, ficar olhando para o céu me faz viajar nesses pensamentos e sentimentos que eu expressei aqui e que acabou abafando aquela angustia. Estou me sentindo um pouco melhor depois de por pra fora tudo isso.

Eu só queria dizer mais uma coisa: uma prece aos sonhadores de sonhos enjaulados. Tristezas vem e vão. Felicidades também. Que nos libertemos a nos permitir ser livres.

 
 
 

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